sábado, 26 de junho de 2010
Ego e covardia
Como bem comentou Cláudio Maesi no post anterior, o Brasil tem um caminho mais fácil pra chegar ao título. Diante da inhaca que estamos presenciando, eu pergunto: pra quê?
Vejo esta conquista importante apenas para efeito decorativo. E, claro, para as grandes corporações faturarem milhões.
O futebol ficou em segundo plano. O jogo se tornou monótono, truncado, cheio de vaidades.
Tem gente que acha Dunga admirável. Eu respeito essa opinião. Mas me recuso a fazer parte desta trupe ensandecisa que se acha acima do bem e do mal. É o fenômeno que o jornalista Xico Sá chama de a "pátria em chuteiras". É um negócio perigoso. De repende esse patriotismo de merda escorrega pra intolerância e, aí sim, fomos surpreendidos novamente. A Alemanha pós-guerra também "precisava" de seus heróis de araque. Deu no que deu.
A história se repete. Nada de novo sob o sol.
No caso do futebol, a situação é pior ainda. Além da repetição, da ladainha, não há, no horizonte, sinais de que mudanças serão realizadas.
Como a que o ex-jogador Sócrates propõe: eliminar dois jogadores do campo.
Pode ser exagero. Mas alguma coisa precisa ser feita.
O Brasil vai levantar a taça. E daí?
Que graça tem ser campeão com um futebol chato? A partida contra Portugal foi emblemática. Sinal dos tempos. Sobrou pancadaria e faltou talento.
E o pessoal da Rede Globo querendo dourar a pílula. Vergonhoso. Não dá pra esconder o que povo enxerga claramente.
Apesar do marketing, o povo faz suas escolhas.
Torce, como eu torço, como todos torcem. Mas a maioria não está satisfeita. Releva porque é preciso navegar.
Tempo complicados, esses nos quais estamos vivendo. Há recursos, tecnologia, escolas, diversão. Mas continuamos patinhando na pré-história. Ainda somos macacos, tristes e egoístas.
O futebol desta Copa reflete o quanto nos tornamos covardes. É um espelho da sociedade.
O que virá pela frente?
Assinar:
Postagens (Atom)