quinta-feira, 29 de abril de 2010

Mundo animal


Futebolês, gafes e Galvão perdido: 16 horas de TV na "Superquarta" do futebol

Mauricio Stycer
Especial para o UOL
Em São Paulo

Liguei a televisão às 7h20 da manhã, a tempo de ouvir Alex Escobar anunciar, no "Bom Dia Brasil", da Globo, "a noite especial" que nos esperava, e desliguei por volta da meia-noite, depois de ouvir Paulo Soares, no “Sportscenter”, da ESPN Brasil, descrever detalhes da “noite espetacular” de futebol que assistimos.

Foram 16 horas e 40 minutos diante da tevê, zapeando daqui para lá e de lá para acolá. Passei por nove canais entre os da tevê aberta e da paga. Vi total ou parcialmente 17 programas esportivos. Assisti seis partidas de futebol – apenas duas, Barcelona x Inter de Milão e Universitário x São Paulo, do início ao fim. Acompanhei com atenção outras duas, Flamengo x Corinthians e Atlético-MG x Santos. Vi um pouco de Vitória x Vasco e, no meio da tarde, para relaxar, passei os olhos pelo VT de Valenciennes x Bordeaux.

O que se segue é uma tentativa de resumir os melhores momentos desta jornada esportiva insana. Não recomendo a ninguém que repita a experiência em casa, mas não posso negar que, apesar do cansaço, me diverti muito.

9h – Assunto principal da jornada, o duelo entre os obesos Ronaldo e Adriano começou a ser discutido no “SporTV News”. Empolgada com o gol marcado pelo atacante do Flamengo no rachão na véspera do jogo, a repórter Bruna Gosling conta: “O excesso de peso não sumiu, mas o espírito do Imperador parece mais leve”. Outro tema recorrente também já aparece no programa matinal: “Quem vai ganhar este jogo?”, pergunta a repórter Janaína Xavier. “A gente ainda não sabe”, ela própria faz o favor de responder.

10h – “Haja controle remoto!”, prevê Dudu Monsanto, no “Pontapé Inicial”, na ESPN Brasil, antes de anunciar, ao lado de José Trajano, as atrações do mais eclético programa esportivo da tevê brasileira: Paulo Cesar Pinheiro, Edu Lobo, Penélope Cruz., quiabo, etc. “Uma tremenda Superquarta”, diz, quase ao mesmo tempo, Telmo Zanini, no sóbrio “Redação SporTV”.

10h30 - Num programa intitulado “Beting & Beting”, mas com a presença apenas de um Beting (Mauro), além de um Borges (Luciano) e um Fortes (Frank), na BandSports, ouço pela primeira vez o estranho apelo: “O Galvão vai transmitir, mas fique com a gente”, pede o comandante da atração, antes de atender o próprio telefone no ar. É de Beting também a curiosa recomendação ao público: “Arrume uma virose e não vá ao trabalho hoje”.

11h – José Trajano prevê vitória do Barcelona no confronto vespertino, mas esclarece: “Quero que Julio Cesar, Lucio e Maicon (os brasileiros da Inter) joguem muito bem, se destaquem”.

11h30 – Ainda na ESPN Brasil, mas no “Sportscenter”, André Kfouri e Arnaldo Ribeiro duelam sobre a capacidade de usar superlativos. “Vai ser uma super-híper-quarta”, diz Arnaldo. “Super-híper-mega-quarta”, corrige André.

12h – Paloma Tocci, no “Rede TV Esporte”, apresenta a nova camisa da seleção da Austrália e lances velhos do Campeonato Italiano, que a emissora exibe – inclusive um gol de Totti, da Roma, “que não é meu parente”, ela esclarece. Espécie de “TV Fama” esportivo, o programa apresenta o jogo entre Flamengo e Corinthians centrado no “duelo das massas”, a saber, os 103 quilos de Adriano versus os 101 quilos de Ronaldo.

12h30 – No “Jogo Aberto”, na Band, Renata Fan “entrevista” Téo José, que vai narrar Barcelona x Inter. “Não dá um friozinho?”, pergunta a loira. “Sonhei esta noite com Mourinho e Messi”, responde o narrador. Renata também “entrevista” o médico Osmar de Oliveira: “E esse Messi?”, indaga ela (Como a pergunta foi muito melhor que a resposta, vou poupá-los do que veio depois).
12h40 – No “Bate-Bola”, na ESPN Brasil, João Carlos Albuquerque quase repete o “haja controle remoto” de Dudu Monsanto: “Haja fôlego!”, exclama. Já Paulo Vinicius Coelho prevê: “A virada não é impossível. Vai dar Barcelona”. Outra atração do jogo no Camp Nou, avisa PVC, será o duelo entre os irmãos Milito – Diego (Inter) e Gabriel (Barça). Como não poderia faltar, João Carlos, ao falar de Flamengo e Corinthians, não consegue evitar a metáfora dietética: “Adriano e Ronaldo, dois pesos pesados”.

12h45 – Tiago Leifert, no “Globo Esporte, na Globo, é o décimo a repetir, na primeira metade do dia: “A Superquarta-feira do esporte”. Mauro Naves transfere a responsabilidade para o Fenômeno: “O Corinthians nunca precisou tanto de Ronaldo quanto hoje, e ele nunca marcou no Maracanã”. Eric Faria manda um aviso a Adriano: “Os 70 mil torcedores serão 70 mil fiscais”.

12h55 – Vladir Lemos, no “Bate-Bola”, manda: “Quem fica na frente de três televisores não vê jogo nenhum”. Penso com os meus botões: quem, além de jornalistas esportivos, faz isso?

13h – Um momento de relax no programa “News”, na BandSports: gols e mais gols da Liga dos Campeões da Ásia. Muito interessante. Na sequência, algo ainda melhor: uma reportagem sobre um parque de elefantes na África do Sul.

13h10 – No “Globo Esporte, uma reportagem sobre o duelo entre Messi e Lucio. “Barcelona inteira quer entrar em campo e jogar com Messi. Mas a sorte dele depende de Lucio”, informa o repórter Pedro Bassan, ou “Maçã”, como diz Leifert. Minutos depois, no Twitter, o jornalista Mauro Cezar Pereira, da ESPN, critica: “Não acredito que num duelo de time italiano com time espanhol a Globo queira que um jogador da Inter leve a melhor contra um do Barça só por ser um confronto entre um argentino (Messi) e um brasileiro (Lúcio). Pior: não é Lúcio quem marca Messi, mas Thiago Motta."

14h – No “Arena SporTV”, direto do Maracanã, Milton Leite orienta o espectador: “Para você saber para onde tem que ir o seu controle remoto” na quarta-feira. Distraído, mudo para a BandSports, onde Carlos Fernando apresenta “Por Dentro da Bola” e provoca: “Adriano e Ronaldo estão escalados por conta do que fizeram no passado. Que técnico hoje colocaria quase 200 quilos em campo?”

14h30 – Em vez de “Superquarta”, Carlos Fernando anuncia uma “quarta-feira balofa de futebol”.

15h – No “Abre o Jogo”, na ESPN, PVC analisa a escalação de Barcelona e Inter e prevê: “Se Messi jogar pela direita ele vai escapar do assédio dos dois volantes”. Já o narrador Paulo Andrade agradece o espectador “que deu um golpe no trabalho para assistir o jogo”.

15h15 – Enquanto isso, na BandSports, Carlos Fernando grita: “Quem inventou essa polêmica é um babaca!” Refere-se à observação que Vanderlei Luxemburgo, quando técnico do Santos, deixou Neymar e Ganso no banco de reservas. “Vanderley é um formador de jogador. Ele soube segurar o cara para ir soltando aos poucos”, defende o apresentador.

A imagem está tremendo porque o Maracanã está tremendo”, explica o comentarista Junior, na Globo, depois do gol de Adriano. Dez minutos depois, Cleber Machado faz uma observação original: "E pingou água depois da bola bater no travessão". Referia-se a uma cabeçada de Adriano

15h30 – Se na Globo, o duelo seria entre Messi e Lúcio, na Band é entre Messi e Julio Cesar – “o melhor goleiro do mundo versus o melhor jogador do mundo”. Mauro Betting fala um clichê ainda não dito na jornada: “Se o Barça jogar como Barça...”

15h42 – Entra em cena o grande personagem de Barcelona e Inter – Galvão Bueno, convocado para narrar a partida pela Rede Globo. Embora seja dona dos direitos da Liga dos Campeões, a emissora ainda não havia transmitido nenhuma partida da competição.

15h54 – Nove minutos de jogo. Galvão está perdido. Não localiza os jogadores e erra seguidamente os nomes em campo. “Estava prevista a escalação do Daniel Alves... Vamos achar o Daniel”, suplica. Pedro Bassan, em Barcelona, esclarece que o brasileiro Maxwell não está jogando, ainda que, segundo Galvão, ele já tivesse participado de alguns lances.

15h56 – Depois de um choque entre Messi e Máicon, Galvão observa que o argentino “deu um golpe de judô no brasileiro”. O narrador da Globo chama a Internazionale de Milão como “o Internacional” e a resume como “um combinado Brasil-Argentina”, devido aos muitos jogadores dos dois países que atuam na equipe.

16h15 – Torcendo claramente pela Inter, Galvão manda outra bomba: “A imprensa espanhola tem se especializado em fazer escândalos e incitar o torcedor”.

17h – “A Inter continua fechadinha”, diz Paulo Andrade, na ESPN. “Encaixotadinha”, acrescenta PVC.

17h30 – “É muito triste ver um time deixar de jogar como a Inter”, diz Falcão, criticando a retranca da equipe italiana. “O combinado Brasil-Argentina está na final”, comemora Galvão. “Assista a seguir capítulo inédito de ‘Armação’”, anuncia o narrador, querendo dizer “Malhação”.

17h35 – “A Inter vai à final porque bloqueou o melhor time do mundo”, diz PVC. Mas se é o melhor time do mundo, como perdeu de 3 a 1 em Milão e se deixou bloquear em Barcelona?

17h45 – Para relaxar, assisto um pouco do VT de Valenciennes e Bordeaux, no SporTV. Será que estou ficando maluco?

18h – No programa “Gazeta Esportiva”, na TV Gazeta, Celso Cardoso apresenta “o duelo de titãs” entre Flamengo e Corinthians e convoca o repórter Alex Silvestre, “do Maracanã”, para falar do clima antes da partida: “Estamos quase chegando. O trânsito está muito ruim”, avisa Silvestre, por telefone. “Serão 204 quilos” em campo, diz o repórter, falando dos “titãs” Adriano e Ronaldo.

19h – “Torcida do Flamengo promete uma recepção hostil a Ronaldo”, avisa o programa “Tá na Área”, no SporTV, mas não mostra as imagens dos travestis contratados para “receber” o jogador no Maracanã.

19h30 – Começa Universitário x São Paulo, no estádio Monumental de Lima, no Peru. “Era bom o São Paulo fazer 1 a 0 logo no início do jogo”, roga Eduardo Vaz, narrador da BandSports. “Já jogou neste estádio?”, pergunta Vaz ao comentarista, o ex-goleiro Zetti. “Não me lembro”, ele responde.

19h50 – “Não está havendo futebol em Lima, mas o São Paulo está obtendo um bom resultado”, observa Andre Rizek, comentarista do SporTV, com grande sinceridade.

20h50 – Richarlyson é expulso, se revolta e tenta agredir o juiz. “Ele está enlouquecido”, observa o narrador Milton Leite. “A sorte do São Paulo é que a Conmebol (Confederação Sul-americana) é frouxa neste tipo de punição”, diz Rizek. Meia hora depois, no “Bate-Bola” da ESPN, Eduardo Elias diria: “O Richarlyson deu uma despirocada”.

21h35 – A quinze minutos do início de Flamengo x Corinthians, chove muito no Maracanã. O narrador Silvio Luiz, da BandSports, parece preocupado, mas não com o estado do gramado: “Rapaz, o que está entrando de água aqui na cabine!”.

21h50 – Contra o sóbrio Cleber Machado na Globo, Silvio Luiz dá show: “Vamos ver quantos deles sabem cantar o Hino Nacional... Ah! Não vai ter hino?”

21h56 – No gramado molhado do Maracanã, Cleber escorrega num velho clichê: “Dentinho deixa o pé desnecessariamente”.

22h05 – “Não para de chover”, observa Silvio Luiz. “Hoje a gente vai dormir na cabine. Qual é o táxi que vai buscar nós (sic) aqui?”

22h20 – Adriano ainda não fez nada na partida. “Com 180 quilos, o que você queria?”, pergunta Silvio.

22h26 – Enquanto isso, na Band, no SporTV e na ESPN, Atlético e Santos dão show no Mineirão. “Pode vir, você vai gostar. Tá um jogão”, diz Luciano do Valle ao espectador que passa pelo canal, insatisfeito com a pelada no Maracanã.

22h39 – “A gente teve a oportunidade de fazer um gol que vale por dois”, repete Ganso a todas as emissoras de tevê em entrevistas individuais, referindo-se ao primeiro gol do Santos, no final do primeiro tempo.

22h50 – Ronaldo e Adriano não deram nenhum chute a gol no primeiro tempo. Um deu cinco passes certos; o outro, quatro. Um tocou na bola menos de 30 segundos; o outro, cerca de 50 segundos. “Números tímidos”, diz o tímido Cleber Machado.

23h02 – “Seguramente, um dos grandes jogos do ano”, diz João Palomino, na ESPN. “Um dos melhores jogos da temporada no mundo”, empolga-se Mauricio Noriega, no SporTV. Ambos se referem a Atlético-MG x Santos.

23h20 – “A imagem está tremendo porque o Maracanã está tremendo”, explica o comentarista Junior, na Globo, depois do gol de Adriano. Dez minutos depois, Cleber Machado faz uma observação original: “E pingou água depois da bola bater no travessão”. Referia-se a uma cabeçada de Adriano.

23h35 – Ronaldo é substituído. “E sai sem a alegria de ter feito um gol no Maracanã”, lamenta Mauro Naves.

23h42 – O Flamengo vence o Corinthians por 1 a 0. O Atlético bate o Santos por 3 a 2. O Vitória ganha do Vasco por 2 a 0. Até a próxima super-híper-mega-bláster-quarta-feira de futebol.


domingo, 25 de abril de 2010

Parem de encher o saco do Neymar!


Toda entrevista é a mesma coisa: repórteres perguntando a Neymar sobre a seleção.


Querem que ele afirme categoricamente que deve ser convocado. Ainda bem que, apesar de novo, Neymar é esperto. Porque tem muito jornalista - quase a maioria absoluta - que só quer impressionar o patrão. Então entra na avalanche de mesmice que povoa a mídia. Mas fazer o que, a vida é feita de selvageria e desilusão.

Se o craque falasse o que os jornalistas querem, venderia muito papel de embrulhar peixe - olha só a ironia - mas ele estaria ferrado. Neymar prefere ser diplomático e pragmático. A cada duzentas perguntas sobre a seleção, ele responde quase a mesma coisa. " Se sobrar duas vaguinhas, uma pra mim e outra pro Ganso, beleza!". E aí os ditos jornalistas esportivos repetem as entrevistas e as cenas à exaustão.
O atacante do Santos não dá bola pra polêmica. Sabe que vai chegar lá e espera com paciência e, claro, muito bom humor.



Mesmo assim, vejamos como seria se Neymar escorregasse no verbo.


Repórter:


_ Neymar, você e o Ganso não merecem ser convocados pelo Dunga?


Possíveis respostas para evitar polêmicas e dor-de-cotovelo :


_ Não, acho que não. Prefiro assistir à Copa pela televisão.

_ Não. A gente não tá jogando nada. Melhor mudar de profissão.

_ Não. É melhor jogar pelada no fim de semana na praia.

_ Não. Com certeza, Dunga terá certeza só depois do Mundial. Com certeza.

_ Não. Minha namorada acha que não.

_ Não, que isso! Melhor perguntar para o Dunga. Você já perguntou?

_ Pergunta pra minha mãe.

_ Pergunta pra torcida do Santos.

_ Pergunta pro pessoal do Mato Grosso.

_ Pergunta pra sua avó.

_ Não dá pra você mudar o repertório de perguntas?

_ Não, quem merece ir pra Copa é você.

_ Não. Depois dessa pergunta, só me resta dar um tiro na cabeça.

Santos e Santo André na final do Paulista

Os técnicos Sérgio Soares (Santo André) e Dorival Jr. (Santos)

Surpreendente Santo André tenta brecar o melhor ataque do Brasil. Santos joga por dois empates. Título começa a ser decidido neste domingo

Do Globo Esporte


Sérgio Soares e Dorival Júnior comandam os finalistas do Paulistão Chegou a hora da decisão do Campeonato Paulista. Neste domingo, às 16h (horário de Brasília), no Pacaembu, os meninos do Santos começam a colocar à prova o seu amplo favoritismo contra o surpreendente Santo André, dono da segunda melhor campanha do estadual. O segundo jogo será no próximo domingo, dia 2, no mesmo horário e local. Como terminou a primeira fase na liderança, o time da Vila Belmiro joga pelo empate na soma dos dois resultados.
Aliás, o Santos não tem apenas a melhor campanha da fase de classificação. Trata-se do melhor time do Brasil neste momento. Pelo menos é o que dizem os números. No Paulistão, o Alvinegro disputou 21 jogos, com 17 vitórias, dois empates e duas derrotas. Marcou 67 gols, média de 3,19 por jogo. Nas semifinais, atropelou o São Paulo, cuja defesa é formada por jogadores de seleção brasileira: 3 a 2 no primeiro jogo e 3 a 0 no segundo. Na temporada, são 93 gols em 27 jogos.
Os números do Ramalhão não são tão expressivos. Ainda assim, são surpreendentes. Trata-se de uma equipe nova, que começou a ser formada em dezembro, logo após o rebaixamento para a Série B do Brasileirão. O técnico Sérgio Soares reformulou todo o elenco. Saíram jogadores renomados, como Marcelinho Carioca e Gustavo Neri. O treinador resolveu apostar em jovens desconhecidos e, mesmo com pouco tempo para trabalhar, deu padrão de jogo ao time. Terminou a fase de classificação em segundo lugar. No total, contando as semifinais contra o Grêmio Prudente, marcou 48 gols. É o segundo melhor ataque da competição.

Pelos números e comparando os jogadores, é evidente que o Santos é favorito. Mas o Santo André já tem experiência em derrubar progonósticos. Vide a Copa do Brasil de 2004, que conquistou desbancando o Flamengo, num Maracanã lotado. Conseguirá repetir o feito de novo?

Peixe alerta

O técnico Dorival Júnior, do Santos, aceita que seu time seja tratado como favorito. Afinal, não dá para brigar com os números. No entanto, diz que esse favoritismo acaba quando o jogo começa. Ele diz que o Ramalhão é o time que mais se assemelha ao Peixe, em termos de estilo de jogo. Por isso, acredita, será um adversário perigoso.

- O Sérgio (Soares) tem feito um grande trabalho, montando um time jovem, que joga par a frente. Eu tenho alertado desde a décima rodada que o Santo André chegaria bem. A questão do favoritismo não entra em campo. O Santos está preparado para ser campeão, mas vai ter de lutar muito, pois o Santo André também está.

O treinador já decidiu qual será a escalação da equipe, mas a confirmação só sai momentos antes da partida. Ele explica que tem apenas duas opções: ou manda a campo um time mais ofensivo, com o trio de atacantes Neymar, André e Robinho, ou opta por uma formação mais convencional e cautelosa, com Pará entrando na lateral-direita e André saindo da equipe.

A primeira escalação foi utilizada no confronto de ida com o São Paulo, pelas semifinais, no Morumbi. O Peixe venceu por 3 a 2. Já a formação com Pará foi escolhida para o segundo confronto, na Vila Belmiro, quando a equipe venceu alvinegra venceu por 3 a 0.

- Já jogamos das duas maneiras e nos comportamos muito bem. Seja qual for a formação, o time entrará forte em campo - afirma o técnico.

Ramalhão confiante

O Santo André chega para a primeira decisão esbanjando confiança. Mesmo reconhecendo que a missão é extremamente complicada, todos acreditam ser possível repetir o feito de 2004, quando o Ramalhão foi considerado zebra na decisão da Copa do Brasil, contra o Flamengo e, com uma vitória por 2 a 0, em pleno Maracanã, conquistou o inesperado caneco.

- Está tudo aberto. Chegamos até aqui e não vamos desistir agora. Todos aqui estão muito motivados, é uma chance que não aparece a toda hora. Por isso, estamos preparados para fazer um grande jogo – afirmou o meia Branquinho, um dos destaques da equipe.

O técnico Sérgio Soares usou e abusou do mistério durante a semana. Comandou treinos fechados e, quando permitiu a entrada dos jornalistas, proibiu filmagens e até fotografias. Tudo para tentar confundir o adversário, que tem a vantagem de jogar por dois resultados iguais.

O time só será anunciado no domingo. São duas as dúvidas. Na lateral-esquerda, Arthur e Rômulo disputam a vaga de Carlinhos, que cumpre suspensão pelo fato de ter sido expulso na derrota por 2 a 1 para o Grêmio Prudente, no último domingo, ainda pela semifinal. No ataque, recuperado de lesão muscular, Nunes deve formar dupla com Rodriguinho. Mas Rodrigão está de sobreaviso e pode aparecer de surpresa.

SANTO ANDRÉ

Júlio César; Cicinho, Cesinha, Toninho e Arthur (Rômulo); Alê, Gil, Branquinho e Bruno César; Rodriguinho e Nunes.


SANTOS

Felipe, Wesley, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso; Neymar, André (Pará) e Robinho.

Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Data: 25/04/2010.

Horário: 16h (Brasília). Árbitro: Paulo Cesar de Oliveira.

Auxiliares: Ednilson Corona e Alberto Poletto Masseira.
Transmissão: A TV Globo exibe a partida ao vivo, menos para os estados do Sul, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco e Ceará.
Tempo Real: O GLOBOESPORTE.COM acompanha a partir de 15h30m (de Brasília).

Profissional cabeça

Na sexta-feira fui passar por uma análise pós-cirúrgica do médico responsável pela melhoria da minha qualidade de vida. Profissional de primeira linha, o dr. Paulo Hansen declarou bem-humorado que torcerá para o Santos ser campeão paulista. Mesmo sendo são-paulino ferrenho, ele ressaltou a qualidade dos Meninos da Vila. "É mesmo muito legal vê-los jogar", admitiu.

O dr. Paulo tem uma ótima cabeça. Em vez de inveja ou despeito, aproveita para se refestelar com as boas exibições do Santos. E segue torcendo para o Tricolor ser campeão da Libertadores.

Ele até aproveitou para dar uma cutucadinha nos corintianos: "tem time aí que inventa títulos no exterior só pra não ver a autoestima baixar". E riu com franqueza, sabedor das verdades deste mundo de dissimulações e dores-de-cotovelo.

Valeu dr. Paulo! Reconhecer o mérito do adversário é um exercício de reflexão que somente espíritos cheios de dignidade podem ter. A maioria opta, infelizmente, pela mesquinharia.

Dá-lhe Santos!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Não seja burro Dunga!

Grandes mestres da bola pedem Neymar e Paulo Henrique Ganso na Seleção Brasileira.

Só para citar alguns: Tostão, Zico, Pelé, Júnior, Sócrates e Casagrande.

E alguns jornalistas consagrados: Juca Kfouri, Paulo Vinícius Coelho, André Kfouri, Antero Greco, José Trajano e Alberto Helena Júnior.

Infelizmente, boa parte da torcida é conservadora. Naquele estilo meio vira-lata, cheia de complexo, medo de perder, estas coisas que só se explicam pelo bombardeio de mediocridade exercido pela Rede Globo.

Mas até a Rede Globo teve que se render ao Santos. Apostou no Corinthians, dançou. Adotou o Palmeiras - principalmente depois da vitória na Vila - e deu com os burro n'água. Depois elegeu o São Paulo como seu preferido. Novamente, se ferrou.

O Santos teria poucos jogos transmitidos pela emissora do Jardim Botânico. Mas a vida é cheia de surpresas quando o talento desabrocha.

E a Globo teve que engolir Dorival Jr. e sua trupe. Até porque teimosia tem limite e não aproveitar a nova mania seria uma burrice monumental.

Bem que o comandante do Globo Esporte - Tiaguinho Faixa Preta - percebeu, desde o início que o destaque das matérias deveria ser o time do Peixe. Fez o que pode. Depois todo o resto o seguiu. E agora também quer faturar às custas do Santástico.

Por isso, é bem capaz de engrossar o coro pela convocação de Neymar e Ganso. Mesmo que o seu protegido, o presidente da CBF Ricardo Teixeira, seja contrário a fortalecer clubes brasileiros como o Santos. Ele prefere explorá-los com todos os seus defeitos.

Mas no fundo todos sabem que o Brasil é movido à paixão por belas jogadas.

O negócio é simples. E o exemplo vem do passado. Qual das duas Seleções é mais lembrada? A de 82 ou a de 94?

E por que não ter a chance de ganhar um título jogando bonito?

Para convocar Neymar e Paulo Henrique Ganso, porém, Dunga precisaria de uma dose de ousadia que ele só exibe em comerciais da Brahma. Infelizmente, a tendência é que mais uma injustiça seja cometida nesta Copa. Zico e Alex também já foram preteridos em fases exuberantes.

Viva o futebol-arte! Essência da brasilidade!

domingo, 18 de abril de 2010

Eu já sabia!

Perguntas que não querem calar:

Alguém duvidava que o Santos arrebentaria o São Paulo na Vila Belmiro?
Alguém duvidava que Neymar & Cia. jogariam o fino da bola?
Por que Ricardo Gomes cagou de medo e deixou Washington no banco? Será porque o ataque do Santos, ele sabe, é arrasador?
Quem é o São Paulo Futebol Clube, hoje? Que destaque merece esse time que tem bons jogadores, mas joga feio, trata os adversário com arrogância e tem um goleiro pra lá de chato?
Quantos clássicos o São Paulo venceu neste Paulista?
O que o São Paulo tem de diferente? Nada. É só mais um queridinho de alguns cronistas conservadores - como o Cléber Machado, da Rede Globo (Mas hoje ele quase engoliu o microfone de tanta vergonha por puxar saco do Tricolinho).
Você achava mesmo que Dagoberto conseguiria marcar algum gol na Vila Belmiro?
Você achava mesmo que Fernandinho superaria Pará e Edu Dracena?
Você achava mesmo que Rogério Ceni pegaria um pênalti?
E, pra terminar:
Você achava mesmo que o juizão daria todos os pênaltis sofridos pelo ataque do Santos?

O SANTOS É DESTAQUE MUNDIAL, MEUS IRMÃOS!
O SANTOS É TIME QUE FAZ A DIFERENÇA HOJE, MEUS IRMÃOS!
O SANTOS É O TIME DA MODA, É O TIME QUE ENCANTA, O TIME QUE QUEBRA TUDO, CAMBADA!

Santos arrasa São Paulo e está na final


Do UOL

O Santos chegou ao duelo na Vila podendo perder por até um gol de diferença que alcançava a final do Paulista. O êxito sobre o São Paulo no Morumbi, na semana passada, ampliou a vantagem alvinegra. Neste domingo, o time alvinegro evitou drama, deu show e novamente derrotou o rival nas semis, 3 a 0, resultado que assegurou vaga à decisão do título.

Destaque do clássico e autor de dois gols, Neymar novamente recorreu à paradinha para enganar Rogério Ceni. "Esse time tem alegria dentro e fora de campo. Isso nos motiva ainda mais trabalhar. Agora é continuar com esse empenho na final", vibrou Neymar. No primeiro duelo das semifinais, no Morumbi, o Santos derrotou o São Paulo por 3 a 2.

Santo André e Grêmio Prudente fazem a outra semifinal. Finalista, o time alvinegro pretende mandar o jogo de volta da final para São Paulo, alegando que na capital a renda será muito maior. O estádio do Pacaembu deve receber o jogo. “Para manter as estrelas, é necessário mais dinheiro”, argumenta o presidente Luís Álvaro de Oliveira.

Para o início do clássico, Dorival Júnior e Ricardo Gomes adotaram a mesma estratégia: barraram seus artilheiros. O atacante André começou na reserva, substituído por Pará. O plano era administrar a vantagem santista. Do outro lado, Washington foi sacado; com Dagoberto e Fernandinho, o São Paulo fortalecia jogadas de velocidade, alega Gomes.

Sem André, Robinho se posicionou mais próximo à área, incomodando a defesa tricolor. Foram duas jogadas em que Robinho ficou frente a frente com Rogério Ceni na etapa inicial. No primeiro lance, o goleiro fez grande defesa; na segunda, o atacante santista tentou cavar pênalti.

Embora necessitando de pelo menos dois gols de diferença para alcançar a final, o São Paulo adotou postura cautelosa no primeiro tempo, evitando se expor na defesa e explorando jogadas com Fernandinho e Dagoberto. Mas Hernanes tinha dificuldade de criação no meio-campo, afetando a ligação ao ataque.

Empolgado pela chance dada por Dorival Júnior, Pará cortou várias jogadas do São Paulo pelo lado direito, sendo ovacionado pela torcida.

Equilibrado, o clássico apresentava boa movimentação, mas excesso de jogadas ríspidas. Nos primeiros 25 min de partida, quatro atletas já haviam recebido cartão amarelo.

Mais intenso no ataque nos 45 min iniciais, o Santos, porém, pecava nas finalizações, desperdiçando boas chances com Neymar e Robinho.

Para a segunda etapa, o São Paulo decidiu apostar no artilheiro do time no Paulista. Washington entrou aos 10 min.

Cadenciando o jogo, o Santos chegou ao gol, curiosamente, em lance de intensa troca de bola. Marquinhos cruzou para área. Caído, Neymar esbarrou na bola, marcando o gol, aos 14 min da segunda etapa.

O gol enervou os jogadores do São Paulo. Richarlyson e Cicinho foram advertidos com amarelo minutos depois do gol de Neymar. Já os santistas trataram de administrar o jogo, invertendo as jogadas em excesso, ganhando tempo.

Pelas laterais, Robinho passava o pé sobre a bola, driblando adversários e provocando a ira dos são-paulinos. Nas poucas oportunidades no ataque, o São Paulo esbarrou em Felipe, que fez boas defesas, entre as quais finalização de Washington, dentro da área.

Com o controle do jogo, o Santos avançava apenas “na certa”, evitando abrir espaços na defesa. Em contragolpe, Neymar avançou e foi derrubado na área. O próprio atacante cobrou. Como havia feito com Rogério Ceni na fase classificatória, Neymar novamente aplicou a paradinha para enganar o goleiro.

Ganso sacramentou a vitória alvinegra, marcando o terceiro gol. Sobraram gritos de “olé” na arquibancada. Totalmente envolvido, o São Paulo apenas seguia os jogadores santistas. O chute completamente torto de Dagoberto, na área, refletiu o descontrole tricolor.

SANTOS 3 X 0 SÃO PAULO

Santos
Felipe; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Wesley, Marquinhos (Rodrigo Mancha) e Paulo Henrique Ganso; Robinho (Zé Eduardo) e Neymar (Madson)
Técnico: Dorival Júnior

São Paulo
Rogério Ceni; Cicinho, Alex Silva, Miranda e Richarlyson; Rodrigo Souto, Hernanes, Jorge Wagner e Cleber Santana (Washington); Dagoberto e Fernandinho (Léo Lima)
Técnico: Ricardo Gomes

Data: 18/04/2010, domingo
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: José Henrique de Carvalho (SP)
Assistentes: Celso Barbosa de Oliveira e Giovani Cesar Canzian
Público: 13.785 torcedores
Renda: R$ 926.360,00
Cartões amarelos: Durval, Marquinhos (SAN); Rodrigo Souto, Hernanes, Alex Silva, Rogério Ceni, Dagoberto, Richarlyson, Cicinho (SAO)
Gols: Neymar, aos 14min e aos 37min, e Paulo Henrique Ganso, aos 41min do segundo tempo

Vila Belmiro é o terror

Empatados em mata-matas, Santos e São Paulo decidem vaga à final

Bruno Thadeu, Carlos Padeiro e João Henrique Marques
DO UOL

Neymar marcou 5 gols contra o Guarani, pela Copa do Brasil. Santos entra com vantagem sobre rival

São Paulo precisa derrotar Santos por 2 ou mais gols de diferença na Vila Belmiro. Cicinho: titular

Santos e São Paulo travam disputa acirrada quando o assunto é confronto em mata-mata. Há 54 anos, as duas equipes se enfrentaram pela primeira vez em disputas cujo derrotado seria eliminado. Foram 14 decisões desde então, com sete vitórias cada.

Para este domingo, às 16 h, na Vila, o Santos está próximo de desempatar o histórico de mata-matas sobre o rival.

O fato de ter tido a melhor campanha da 1ª fase do Paulista, somado ao êxito frente ao São Paulo no primeiro duelo das semis, fazem com que o Santos entre em campo no domingo podendo perder por até um gol de diferença que mesmo assim alcança a decisão do torneio estadual.

Santo André e Grêmio Prudente se enfrentam na outra semifinal.

Contra o São Paulo, o clube de Vila Belmiro levou a melhor no Paulistão de 1956, 1967, no primeiro turno de 78 e nas finais do mesmo ano, no Tereza Herrera de 1986, no Brasileiro de 2002 e na Copa Sul-Americana de 2004.

O time do Morumbi deu o troco no Paulistão de 1980, 1983 e 2000, nos Brasileiros de 1981 e 1990, na Superoca de 1992 e na Copa dos Campeões Mundiais de 1995.

Apesar da igualdade no geral, a equipe tricolor leva vantagem no número de vitórias. Em duelos de mata-mata, ganhou do Santos nove vezes, empatou oito e perdeu oito, incluindo o clássico do último domingo, quando os comandados de Dorival Júnior superaram os de Ricardo Gomes por 3 a 2, em pleno Morumbi.

EMPATADO
7 a 7 - O Santos já eliminou sete vezes o São Paulo em mata-mata. O time tricolor, por sua vez, também já tirou o rival 7 vezes



“Santos e São Paulo sempre foi equilibrado. O mesmo vale em jogos do Santos contra Corinthians e Palmeiras. Falam que o Santos deve se segurar um pouco mais no domingo porque tem a vantagem. Mas a característica do time é atacar. É o nosso jeito de jogar. Não será diferente no domingo”, comentou Paulo Henrique Ganso.

O zagueiro são-paulino Alex Silva confia na possibilidade de reviravolta. “O São Paulo já esteve em situações piores e conseguiu reverter. Não é uma missão impossível, e com certeza vamos lá buscar a classificação”.

Dorival Junior diz não ter dúvidas do time que levará a campo, embora evite antecipar a escalação. Para dificultar os planos de Ricardo Gomes, o treinador santista cogita a troca do atacante André pela entrada do lateral Pará, mudança que mudaria o sistema de jogo do time.

POLÊMICA NO APITO

O árbitro José Henrique de Carvalho foi escolhido para apitar o jogo entre Santos e São Paulo. O juiz, porém, está suspenso pela CBF, que o puniu por não ter advertido o zagueiro Rodrigo, do Chapecoense, que deu entrada violenta em Obina, do Atlético-MG, em duelo pela Copa do Brasil, no Mineirão

A expulsão de Marlos no primeiro duelo das semis obrigou o São Paulo a testar novas estratégias de jogo durante a semana. Formações com dois e três atacantes foram ensaiadas. Artilheiro do time no ano, o atacante Washington deve começar como opção no banco.

Nos treinos, Gomes intensificou jogadas em velocidade, com Dagoberto e Fernandinho à frente. Experientes, os zagueiros Edu Dracena e Durval podem ser surpreendidos principalmente nos contragolpes, avalia o time tricolor.

SANTOS X SÃO PAULO

Data: 18/04/2010, domingo
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Horário: 16 horas (horário de Brasília)
Árbitro: José Henrique de Carvalho (SP)
Assistentes: Celso Barbosa de Oliveira e Giovani Cesar Canzian

Santos
Felipe; Wesley, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso; Neymar, Robinho e André
Técnico: Dorival Júnior

São Paulo
Rogério Ceni; Cicinho, Alex Silva, Miranda e Richarlyson; Rodrigo Souto, Hernanes, Jorge Wagner (Jean) e Cleber Santana (Washington); Dagoberto e Fernandinho
Técnico: Ricardo Gomes

Embalado, Santos tenta confirmar vantagem

Vivendo grande fase, Peixe pode até perder por um gol na Vila. Mas o Tricolor não está entregue e quer acabar com a pose do rival

GLOBOESPORTE.COM
Santos, SP

Ataque do Santos promete um novo show na tarde deste domingo, na Vila Santos e São Paulo fazem a segunda partida semifinal do Paulistão, neste domingo, às 16h (horário de Brasília), na Vila Belmiro. Melhor time do país neste primeiro semestre, com 87 gols em 24 partidas, o Peixe entra em campo em situação relativamente confortável. Pode até perder por um gol de diferença, já que venceu o primeiro jogo, domingo passado, no Morumbi, por 3 a 2. Quem levar a melhor encara o vencedor do duelo entre Santo André e Grêmio Prudente nas finais - no primeiro jogo, 2 a 1 para os andreenses.

Mas, como disse o "profeta" Hernanes durante a semana, essa partida pode derrubar por terra algumas verdades estabelecidas. O volante tricolor lembra que nem sempre favorito vence e que o São Paulo mostrou no primeiro jogo, apesar da derrota, que tem força para brecar os meninos da Vila. O Peixe abriu 2 a 0, mas o Tricolor, com um a menos (Marlos foi expulso), conseguiu o empate e criou chances até para virar. No entanto, acabou levando o terceiro gol no fim.

Quem levará a melhor? O endiabrado time santista ou a experiente e equilibrada equipe tricolor? Você terá a reposta acompanhando todos os lances, em Tempo Real, pelo GLOBOESPORTE.COM. A TV Globo transmite ao vivo para os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Bahia. O restante do País acompanha pelo Premiere, em sistema pay-per-view.



Mudar por quê?



O técnico do Santos, Dorival Júnior, tem todos os seus jogadores à disposição e no único coletivo realizado nesta semana manteve a escalação da primeira partida. Mesmo sem precisar fazer gols para passar à final, o treinador mantém um esquema ofensivo, com um volante (Arouca), dois meias (Marquinhos e Paulo Henrique Ganso) e três atacantes (Neymar, Robinho e André). Para o treinador, o Peixe não sabe jogar de outra forma que não seja tomando a iniciativa, partindo para cima.


- O time vem jogando muito bem dessa forma e não tem motivos para mudar. O que eu enfatizei com os jogadores é que haja uma maior participação de todos na marcação, algo que fazemos muito bem, mas que no primeiro jogo não ocorreu – afirmou o treinador.



São Paulo acredita




Hernanes é uma das armas do Tricolor para a decisão deste domingo No Tricolor, apesar da obrigação de vencer por dois gols de diferença, a confiança é grande. Todos se espelham na reação mostrada pela equipe no segundo tempo da partida realizada no Morumbi para manterem vivas as esperanças de classificação à final. E o time chega ao duelo decisivo com mudanças em todos os setores da equipe.



Na defesa, Richarlyson, recuperado de contusão que o afastou por 23 dias dos gramados, entra na vaga de Junior Cesar, que não teve boa atuação na primeira partida semifinal. O camisa 20, segundo o técnico Ricardo Gomes, vai aumentar o poder de marcação do setor, que sofreu muito com os avanços de Robinho e Neymar no duelo realizado no Morumbi. Na outra lateral, Cicinho volta a ganhar uma posição entre os titulares, com Jean indo para o banco de reservas.



No meio-campo, Marlos, expulso no duelo de ida, terá de cumprir suspensão automática e será substituído por Cléber Santana, que voltará a ganhar uma chance entre os titulares. Completando as mudanças, Washington, apesar de ser o artillheiro da equipe na temporada, com 11 gols, perdeu seu lugar no time para Fernandinho, que formará dupla de ataque com Dagoberto.



Ricardo Gomes pede organização e equilíbrio ao time.



- Nosso time tem que estar muito bem distribuído para segurar o adversário e também fazer os gols. E, acima de tudo, manter a atenção durante os 90 minutos para que não voltemos a sofrer gols no final - lembrou o treinador.



Ficha técnica:


SANTOS x SÃO PAULO
Felipe, Wesley, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso; Neymar, André e Robinho. Rogério Ceni; Cicinho, Alex Silva, Miranda e Richarlyson; Rodrigo Souto, Hernanes, Cléber Santana e Jorge Wagner; Dagoberto e Fernandinho.
Técnico: Dorival Júnior. Técnico: Ricardo Gomes

Estádio: Vila Belmiro, em Santos (SP). Data: 18/04/2010. Árbitro: José Henrique de Carvalho. Auxiliares: Celso Barbosa de Oliveira e Giovani César Canzian .

Transmissão: A TV Globo transmite ao vivo para os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Bahia. O restante do País acompanha pelo Premiere, em sistema pay-per-view.

Tempo Real: O GLOBOESPORTE.COM acompanha a partir das 15h30m (horário de Brasília)

Vila Belmiro enfim lotará para apoiar time

O time é espetacular, mas só hoje o Santos deve jogar na Vila Belmiro com lotação máxima em 2010

Tudo bem diferente dos outros oito jogos pelo Paulista que o clube fez no seu mítico estádio. Neles, a média foi de apenas 9.100 pagantes. E em nenhum deles o número de ingressos vendidos foi maior do que 12 mil (no clássico contra o Corinthians, ficou abaixo dos 10 mil).

Isso em uma temporada em que o Santos resgatou a força do seu alçapão.

Contando também a Copa do Brasil, o time tem o fantástico aproveitamento de 83% dos pontos disputados. Perdeu somente uma vez em dez jogos disputados na Vila.

No ano passado, a performance da equipe na sua arena ficou abaixo dos 60%. Foram sete derrotas em 29 partidas lá.

Para a torcida do São Paulo, o único grande paulista que ainda não jogou no campo santista em 2010, foram disponibilizados 600 ingressos.

Clássico da Vila define filosofia e vaga

PAULO COBOS
da Reportagem Local

Vale vaga na final do Campeonato Paulista, o que nos dias atuais não é nada do outro mundo. Mas o resultado do clássico Santos x São Paulo, hoje, às 16h, na Vila Belmiro, terá significado especial, será novo capítulo de um antigo debate.

Se confirmar sua ida à decisão (consegue isso até perdendo por um gol de diferença), o Santos prosseguirá na sua cruzada para mostrar que é possível ganhar dando espetáculo.

Eliminado pelo time grande mais pragmático desta década (ninguém ganhou tantos títulos, quase sempre com placares magros, como o São Paulo no período), o Santos dará munição para quem defende que o importante é ser campeão, mesmo que seja jogando feio.

Não falta gente "secando" o Santos. "Esses rótulos podem mudar no primeiro tropeço", afirmou o volante são-paulino Hernanes, depois de dizer que o ser humano exagera nos elogios quando alguém marca muitos gols. "Vamos responder dentro de campo", devolveu o volante-lateral Wesley.

O técnico santista Dorival Jr. diz que um título santista seria uma bênção para o esporte. "Se o Santos continuar com o futebol que vem jogando, o futebol ganharia muito com uma conquista nossa", afirmou ele.

Sobram argumentos a favor do Santos. Em 2010, o time tem a fantástica média de 3,52 gols por jogo, número que sobe para 4,6 nos jogos disputados na Vila, o palco de hoje. O aproveitamento de pontos está em 83%.

Os céticos em relação ao time que encanta o país têm como principal argumento o fato de o Santos não ter repetido nos jogos contra os grandes o mesmo ritmo avassalador de confrontos contra times modestos.

Os novos meninos da Vila perderam para o Palmeiras, ganharam duas vezes do São Paulo com gols marcados nos minutos finais e quase cederam o empate a um Corinthians que tinha dois a menos. Nesses jogos, registrou média de dois gols sofridos por jogo, e o trio Ganso, Neymar e Robinho teve desempenho irregular.

O desfecho da partida de hoje deve influenciar no que vai acontecer até o dia 11 de maio, quando Dunga anunciará os 23 jogadores que levará para a Copa da África do Sul.

Triunfo santista dará munição aos defensores da convocação de Neymar e Ganso para o Mundial, como Pelé e Zico. Vão alegar que falta criatividade e sangue novo na seleção do técnico gaúcho. Fracasso do time litorâneo fortalecerá gente com opinião parecida com a de Dunga, que disse há poucos dias que não é hora para novidades.

Esses lembrarão que os dois ainda são verdes e não foram bem quando recentemente defenderam seleções de base.

Será o teste mais importante do insinuante Santos de 2010, mas pode não ser o último. Quem sobreviver ao clássico na Vila espera o vencedor da outra semifinal do Paulista. O Santo André, que joga em casa, leva boa vantagem sobre o Grêmio Prudente --o clube do ABC é outro que passa à decisão mesmo com derrota por um gol de diferença.

SANTOS
Felipe; Wesley, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Marquinhos e Ganso; Robinho, Neymar e André.
Técnico: Dorival Jr.

SÃO PAULO
Rogério; Cicinho, Alex Silva, Miranda e Richarlyson; Rodrigo Souto, Cléber Santana, Hernanes e Jorge Wagner; Dagoberto e Fernandinho.
Técnico: Ricardo Gomes

Local: estádio Vila Belmiro, em Santos
Horário: 16h
Juiz: José Henrique de Carvalho