terça-feira, 27 de julho de 2010

Mano é o cara!

O escritor Alexandre Herculano disse, certa vez, tomando um refresco: não me arrependo de corrigir e mudar minhas opiniões porque não me envergonho de raciocinar e aprender.

É uma frase libertadora.

Raul Seixas reforçou: prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Exercer a democracia plenamente faz parte da qualidade de vida.

Por isso, depois de um pessimismo inicial, vejo-me diante da obrigação de reconhecer a inteligência e o carisma de Mano Menezes. E o faço com satisfação.

Inteligência porque fez o que todo treinador estreante deve fazer quando convoca a Seleção Brasileira a poucos dias de um amistoso: buscar o elenco de mais qualidade para obter melhores resultados no entrosamento.

Mano Menezes sabe que o plantel com mais força ofensiva hoje, no futebol brasileiro, é o do Santos. O Peixe também é a equipe que oferece maiores possibilidades de improvisação. Seus jogadores são mais versáteis.

É justo que a espinha dorsal da Seleção seja o Santos. Questão de bom senso.

O zagueiro Réver foi uma grata surpresa. É um baita defensor.

E Hernanes, ah! Pobre injustiçado por Dunga. Deveria ter ido à Copa, assim como Ganso. Mas a galera do freio-de-mão... da cautela excessiva... deu no que deu.  

Não entendo a estranheza pela convocação de Jucilei. Só porque ele ficou alguns jogos na reserva? Questão puramente contingencial. O meio-campista corintiano joga muita bola. Melhor convocar Jucilei reserva no Timão do que Gilberto Silva titular lá na Grécia.

Sempre haverá aqueles que protestam contra a ousadia. Faz parte.

As diferenças de opinião são o tempero da vida.

Mano enxerga longe. A convocação de Renan, do Avaí, é um merecido reconhecimento à persistência deste garoto, que tem muita personalidade. Acompanhei vários jogos do time catarinense e asseguro: Renan é um excelente goleiro.

A única incógnita é o zagueiro David Luiz, do Benfica. Não o conheço bem.

De resto, muita qualidade, vontade e alegria.

E está decretado o fim daquela cordialidade pra inglês ver. Chega de "família Scolari", "família Muricy", "família Dunga", "família Trapo"...

Família fica em casa. Na Seleção é preciso time!

E futebol precisa divertir a galera. Chega de carranca, de briga, de intriga. Quero me sentar na frente da TV com um latinha de cerveja, uns petiscos e curtir a Seleção. Não esperar sempre um clima beligerante.

Vai Mano! Você ouviu o povo e isso é o início do sucesso. O primeiro passo foi dado.