sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Brasil capenga no esporte e na imprensa




Cielo salva o Brasil.

O esforço dos atletas brasileiros deve ser reconhecido, sem dúvida.
Mas não há nada tão evidente quanto a discrepância técnica e tática com duas dezenas de países.
Sem falar na financeira.

Por que o tom ufanista predominou por tanto tempo? Alguns nomes decepcionaram, mas era sonhar alto demais imaginar que essa situação seria diferente. Basta prestar atenção nos dirigentes políticos e esportivos que temos.
Gostei da raça de Talita e Renata no vôlei de praia. E da determinação da natação brasileira, apesar das eliminações.
Surpreendeu o baixo rendimento do corredor Sandro Viana, nos 100 m. Na verdade, hoje foi um dia ruim para o atletismo brasileiro.
O judô, nesta Olimpíada, foi um fiasco.
E o futebol? Pra quem gosta deste esporte, até o momento as seleções masculina e feminina ficaram devendo. Hoje, a seleção de Marta e Cristiane fez um jogo desorganizado e arrogante em vários momentos. De onde vem tanta prepotência? Necessidade de auto-afirmação, talvez.

A imprensa, pragmática como uma máquina de moer carne, pouco inovou. Forneceu uma overdose de informações descartáveis. As que não eram descartáveis foram divulgadas como se divulga cotações da Bolsa de Valores. Por medo de errar ou parecer fútil (mesmo que esta seja a essência do jornalismo atual neste País que recrudesceu o uso do politicamente correto), os repórteres repetem chavões à exaustão.

E tem um problema grave, esta imprensa que exagera no louvor ou na execração: é umbiguista. Tem sérias dificuldades para se auto-analisar. Nem tanto do ponto de vista técnico, que cumpre o seu papel. O bicho pega na relação dos repórteres com o mundo e com a realidade das pessoas "comuns". Uma coisa distante, forçada, sem química.
Na verdade, um efeito macabro do jornalismo que prioriza o ritmo industrial em detrimento da reflexão.




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