Lembro-me de uma entrevista do escritor Antonio Callado, autor de Qarup, entre outra obras, à revista Istoé, lá pelos idos de 1993. "É um paisinho de merda, mesmo", disse, referindo-se aos mandachuvas da ditadura militar que ainda circulavam por aí como se nada tivesse acontecido.
Merda é apelido, eu acrescentaria.
Cobrar R$ 400 de um ingresso para jogo de futebol nesse país de massa falida é gozar da cara do cidadão que sobrevive com um salário mínimo.
O torcedor tem direito de assistir a São Paulo e Goiás por menos de R$ 100 - em que pesem a logística e todas as justificativas técnicas que os burocratras despejam para convencer o povo e a imprensa de que a medida é acertada.
Só acredita em cartola quem espera que o mundo mude a partir de forças sobrenaturais.
Verdadeiramente, a CBF é o recanto dos canalhas. E o Goiás, que deu seqüência à sacanagem da CBF, é um antro de oportunistas.
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