sábado, 25 de julho de 2009

Após ouro inédito, biribol luta por apoio na cidade

Francisco Martins Jr.
ESPECIAL PARA O GOLAÇO

"Estou construindo uma piscina de biribol". Quando o Fabinho me contou isso, sequer conhecia o jogo. Fabinho Theodosio é um grande jogador de vôlei. Um levantador exímio que já defendeu grandes equipes e, há vinte anos, fincou raízes na cidade. É o cara mais alto-astral que conheço.

Nunca o vi desmotivado, tem sempre um sorriso e uma piada - mesmo para as piores situações. Já ganhou os Jogos Regionais pela Seleção Limeirense de Vôlei, já foi vice-campeão dos Jogos Abertos. Enfim, tem um currículo de respeito no esporte. Conheceu o biribol há aproximadamente cinco anos e se apaixonou pelo esporte, passando a jogá-lo com amigos. É um cara carismático, muito querido por todos.

Quando o "clube" ficou pronto - assim chamamos a edícula que construiu, com a piscina oficial de biribol - começamos a jogar por pura brincadeira. A piscina, de oito metros de comprimento por quatro de largura, é enorme, assim como a altura da rede (2,63m). Jogam quatro jogadores de cada lado. No começo, tínhamos muita dificuldade, quer seja com os inúmeros toques na rede (que são proibidos), quer seja pela dificuldade que alguns tinham em pular e, por vezes, mergulhar a cabeça na água. Neste aspecto, existe uma lenda: Giba e Neto, dois de nossos amigos biribolistas, desconfia-se, até hoje, nunca molharam a cabeça.

Aos poucos, porém, o nível foi melhorando. Felipe, Roberto e Daniel Vidire, que já jogavam pela Seleção Limeirense de Biribol, passaram a frequentar constantemente o "clube". Já os conhecíamos e aprendemos muito com eles. Assim, os jogos foram se tornando mais acirrados, aumentando o número de participantes.

As quartas-feiras são sempre especiais, pois logo após as partidas existe o terceiro tempo, regado a cervejinhas, peixe assado e outros quitutes preparados por nosso amigo "Tatu Gretchen" - um cozinheiro de mão cheia e grande amigo. O ambiente é familiar, todos cooperam de acordo com suas possibilidades. Fabinho e sua esposa Gláucia sempre nos receberam de braços abertos. Além de tudo, são grandes anfitriões. Os sábados são aguardados com grande ansiedade por todos. Jogamos praticamente a tarde toda. Após as partidas, a parada no boteco é obrigatória.

O tempo foi passando, disputamos alguns torneios e o biribol virou obsessão. Em alguns sábados, chegamos a reunir mais de vinte pessoas. É um esporte democrático, que não tem limite de idade. Giba Ramos, um dos mais velhos, é empresário. China é fisioterapeuta. Bebeco e Didi são advogados. Dado é economista. Betão comerciante. E assim por diante. Nosso grupo é muito unido. Chego a dizer que alguns de nossos amigos biribolistas poderiam jogar em outras seleções que disputaram a 1ª Divisão dos Regionais. Leco, Didi, Betão, Giba e outros tantos não teriam lugar somente na seleção de Americana. Jogariam tranquilamente também em quaisquer outras equipes da 1ª Divisão. Teriam lugar cativo também em qualquer equipe que disputou a seguinte divisão dos Jogos Abertos de Atibaia na modalidade biribol.

Quando Felipe e Edson Trevisan (nosso técnico) montaram a equipe que disputaria os Regionais, tínhamos certeza que faríamos um bom papel.

Felipe já jogou vôlei profissional na Europa (Espanha e Portugal). É um jogador completo, muito bom em todos os fundamentos do esporte. Suas cortadas são muito fortes e, por vezes, causam estragos nos adversários. Mirão, seu parceiro do vôlei de praia, além de grande impulsão, possui uma calma de dar inveja. É um jogador de primeira linha. Alan (Gaúcho) também já jogou vôlei profissional e descobriu o biribol há pouco tempo.

Tem muita garra e é talentoso. O último dos quatro titulares, Roberto Vidire, também é um atacante, que costuma fazer estrago nas defesas adversárias. Seu bloqueio é perfeito.

Dentre os reservas, Daniel Vidire foi um dos grandes responsáveis por nossa conquista. Sua atuação na semifinal contra Paulínia nos Jogos Regionais de Atibaia foi decisiva. Ele virou o jogo. Além de bom jogador, tarimbado por ter conquistado outras medalhas em Jogos Regionais, possui uma raça que contagia o time.

Wesley é um menino promissor, também bom jogador de vôlei. Chiquinho e Dado foram os representantes do "clube" . Xingaram, pularam e aprenderam muito com todas estas "feras". Debutaram nos jogos em grande estilo.

Derrotamos equipes profissionais que treinam três vezes por semana, possuem megaestrutura e recebem bolsa-auxílio das prefeituras da região.

Espero que nossa conquista inédita motive ainda mais a prática deste esporte fantástico. Esta conquista, porém, começou a ser desenhada há três anos com a construção do "clube".

JOGADORES

Edson Trevisan - Técnico (o mais ponderado de todos);
Felipe Zaccarelli Barnabé - Felipe.
Valdomiro Gabriel - Mirão
Alan Camargo - Gaúcho
Roberto Vidire - Robertão
Daniel Vidire - "O louco";
Wesley
Eduardo Redondano - Dadão
Francisco Martins Jr. - "Chiquinho"

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