quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ecos do passado

Na segunda-feira, o Tabelinha, programa online apresentado pelos jornalistas Juca Kfouri e Victor Birner, trouxe à tona uma questão profissional importante: o jornalista pode participar de campanhas ou deve agir apenas como observador? A discussão ficou mais profunda após vários movimentos contra a permanência de Ricardo Teixeira na presidência da CBF ganharem apoio de diferentes setores da sociedade. Evidentemente, o agravamento das acusações, que colocam em risco o futebol brasileiro e até a autonomia dos profissionais sérios, contribuiu para o debate se tornar mais encorpado.

Juca Kfouri cita como exemplo de um engajamento necessário e útil, o documento divulgado pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo em 1976. O abaixo-assinado questionava pontos do relatório do Inquérito Policial-Militar elaborado após a morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida em 25/10/1975 nas dependências do DOI-Codi em São Paulo. Um dos questionamentos era: como o Herzog poderia ter se enforcado na grade da cela com um cinto de macacão, se era proibida a entrada de qualquer objeto no xadrez que pudesso oferecer risco à vida do preso? O texto é longo e pode ser lido no blog do Juca.

Há momentos que a história exige dos profissionais com informações suficientes para contextualizar determinados fatos,  tomar posição. Foi o que aconteceu em Limeira, quando o Jornal de Limeira apoiou o projeto de moralização da política encabeça pela OAB, o Ficha Limpa Popular.

No esporte, este tipo de posição é salutar. Os jornalistas devem cobrar, inclusive, a publicação de auditorias periódicas nas contas dos clubes da cidade. Para evitar aberrações como traz matéria Estadão publicada ontem: o governo repassou R$ 6,2 milhões para cartolas, que não aplicaram em nada. Muito menos no falacioso projeto de cadastramento das torcidas.





Nenhum comentário: