sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Soldados e crianças


Tem gente que aprecia a disciplina militar. Eu não. Desfile, uniforme e postura militares me causam asco. Na China, inevitavelmente, a cerimônia passaria pela estética das Forças Armadas. O mesmo aconteceria nos Estados Unidos. A apresentação das crianças foi claramente programada para legitimar uma ordem. Mas a conotação, nestes casos, é sempre de servilismo. Aconteceu mesmo. Tudo muito bem decorado, bonito. Mas ao cantar o hino diante da bandeira, as crianças apenas pareciam fantoches com os braços levantados. Um sutil semelhança com o nazi-fascismo.

A bandeira nacional é símbolo - no Oriente ou no Ocidente - de um patriotismo de figuração. Serve para reforçar uma identidade que, na verdade, existe para além do condicionamento imposto por regimes políticos, sejam eles socialistas ou capitalistas. Patriotismo é uma palavra vazia que descreve sentimentos fabricados por meio de estigmas, fantasias e manipulações ideológicas. As crianças poderiam ficar de fora desse fervor beligerante que modifica a geopolítica do mundo a preço de sangue e humilhações.


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