quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Futuro presidente da Inter nomeia mãe e irmão

A mãe chefia a cozinha, o irmão faz compras da despensa
Iraci e Cláudia, cozinheiras da Internacional de Limeira

Autor: Cristiano Kock Vitta

O presidente eleito da Internacional de Limeira, Rogério Aparecido de Oliveira, nomeou a mãe e o irmão para chefiarem a cozinha do clube, mas não avisou as antigas funcionárias. As cozinheiras Cláudia Aparecida Gonçalves, de 37 anos, e Iraci Otaviano de Moraes, 44, ficaram desesperadas. "Elas não servem para cozinhar e, provavelmente, serão dispensadas", justificou o novo presidente.

Sem atividade desde o dia 14 de outubro, logo após a eliminação da Inter do Campeonato Paulista Sub-20, as funcionárias da Inter estão temerosas de sequer receber os direitos se, de fato, forem demitidas. O caso de Cláudia é mais complicado. Ela cuida sozinha de três filhos e, apesar de estar há um ano e quatro meses no clube, ainda não tem carteira assinada. "Já pedi inúmeras vezes, mas ninguém nunca atendeu", afirmou ao Jornal de Limeira.

A cozinheira era contratada de uma empresa ex-parceira da Inter. Quando o contrato terminou, no dia 21 de novembro do ano passado, todos foram dispensados. Cinco dias depois, porém, o então presidente Richard Drago pediu para ela voltar a trabalhar na Inter. Iraci também foi contratada por Drago. Trabalha há oito anos e três meses na Inter. Está registrada em carteira, mas não tem Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). "Não depositaram", contou. A cozinheira tem 44 anos e quatro filhos.Ambas estão sem poder trabalhar há duas semanas, quando a mãe e o irmão do novo presidente assumiram a cozinha da Inter. "Não tenho que avisar nada. Elas são ligadas a gestões passadas. Na minha mãe, eu confio. Nelas, não", disse ontem Oliveira.

O presidente eleito relatou que o irmão está organizando alguns setores da Inter - entre eles, a despensa. "Não tinha nada. Aí, ele comprou os mantimentos", afirmou.Oliveira disse que a obrigação das cozinheiras era ter permanecido no clube mesmo após o final do campeonato, quando não havia para quem cozinhar. "Nem que tivessem que ficar só sentadas na frente do estádio", disse ao Jornal de Limeira. Cada cozinheira recebe um salário mínimo. "Falei para um dirigente que pretendo acionar a Justiça Trabalhista. Ele me respondeu que não tinha importância, porque um processo mais no meio de um monte não fazia diferença", contou Cláudia, que mora no Jardim Glória e depende de ônibus para chegar ao clube.

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